A obra de reforma e restauro do prédio do museu de  Vigia caminha de acordo com o contrato assinado em maio passado.  A estabilização da fachada posterior do edifício – etapa mais delicada e complexa – foi finalizada na terceira semana deste mês de agosto com a instalação de uma estrutura de contraforça, que permite manter a parede no prumo. A estrutura é integrada por uma viga de aço que atravessa longitudinalmente a fachada, logo abaixo da linha da platibanda, e que fica oculta pelo telhado;  vigas de concreto e cantoneiras  que  exercem a força estabilizadora da parede até então afetada por infiltrações que danificaram a estrutura.

A fachada principal também recebeu reparos na estrutura, para corrigir as avarias que o prédio sofreu ao longo dos anos –  predominantemente infiltrações e falência de estruturas internas de taipa, além dos efeitos prejudiciais provocados pelo prédio construído geminado ao edifício histórico.  Também a fachada, revestida com azulejo português, estava começando a inclinar.

O revestimento da fachada vai ser totalmente restaurado; uma empresa de São Paulo está fabricando reproduções idênticas dos azulejos amarelos com desenhos azuis, característicos da arquitetura colonial; todas as peças danificadas pelo tempo ou que se perderam, serão repostas. As pinhas decorativas das platibandas, que foram danificadas ou furtadas,  estão sendo restauradas em Belém.

O edifício vai ganhar um novo conjunto de sanitários e um espaço para cafeteria integrada à área do antigo quintal do prédio. O salão posterior e as salas de exposição museológica estão sendo readequadas. Está previsto que no salão posterior se instale a Biblioteca Municipal Alves de Souza.

Dentro de poucos dias serão concluídos os telhado do salão posterior, do auditório e da varanda. O engenheiro Acácio Gonçalves, responsável pela obra, diz que o cronograma previsto no contrato está sendo cumprido com rigor, já caminhando para a mais de oito semanas de execução dos trabalhos.

A obra vai custar  R$1,41 milhão. Está sendo financiada com recursos de um convênio firmado entre o município e o Estado, que por meio da Secretaria de Turismo transferiu à prefeitura R$500 mil oriundos de uma emenda parlamentar do ex-senador Paulo Rocha (PT). O restante do orçamento são recursos do próprio município, garantidos pelo prefeito Job Júnior.

Acredita-se que o prédio foi construído na segunda metade do século XIX; serviu de moradia à família de um comerciante português; no início do século XX foi alugado ao Estado, que instalou uma escola primária; em meados da década dos anos 1930 foi adquirido definitivamente pelo Estado, que ali instalou o Grupo Escolar Barão de Guajará.

Funcionando até início dos anos 2000, a escola foi desativada e, por volta de 2004, o  prédio foi restaurado e entregue ao município, que em 2006 instalou o museu que foi abandonado pela prefeitura.

Após a reforma, o prédio continuará com a mesma função, abrigando o novo equipamento turístico-cultural, chamado de  Museu de História e Arte de Vigia.

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