História
Hino de Vigia
(Letra: José Ildone Favacho Soeiro)
Vejo o sol brilhar no teu destino,
Iluminando a história do Pará.
No civismo, na crença, nas artes,
Outra rival não te suplantará.
I
Ó Vigia, vigilenga de heróis,
Dom secular do Guajará-miri,
És a herança de cultura e fé
Que os jesuítas plantaram aqui.
II
Um filho teu, para o nosso Brasil,
Trouxe de longe, o ouro do café.
E do oriente, nós todos herdamos
A tradição já nascida em Nazaré.
III
Se a cabanagem à vila feriu,
A gratidão platina te ergueria,
E a inteligência, triunfante na vida,
A nossa Atenas do Pará consagrará.
IV
Tu és, Vigia, guardiã do norte,
Um município – de outros, matriz
E novo lar para tantos que chegam.
Possuis amor e progresso. És feliz.
Histórico
O município, situado na zona do Salgado, anteriormente foi uma aldeia de índios, originada pelos tupinambás, cujo nome era ‘Uruitá’. O governo colonial transformou-a em um posto alfandegário, denominado Vigia, para fiscalizar e proteger, de contrabandistas, as embarcações que tinham como objetivo saquear Belém. Essa iniciativa fora a causa da formação do Povoado, que se elevou à Vila, em 1693. Desse modo, permaneceu até a Independência do Brasil. Em 1698, Vigia obteve categoria de Município. Entretanto, o seu patrimônio territorial só veio a se formar em 1734, com a concessão da carta de data e sesmaria. A partir da lei Pombalina, decretada em 1761, os jesuítas foram expulsos do Brasil e Vigia foi elevada a Paróquia secular, sendo também criado um colégio secular. Nessa época, os jesuítas fundaram o colégio São Jorge dos Alamos e os Mercedários e Carmelitas o Colégio Madre de Deus, localizando-se anexo à Igreja de mesmo nome. Por ocasião da Revolução da Cabanagem, ocorrida em 1833, na Província do Pará, o município de Vigia sofreu depredações. Esse movimento foi contido em 1836. Posteriormente, em 1854, Vigia recebeu a jurisdição de Cidade. E pela lei estadual nº 2460, de 29-12-1961, desanexa do município de Vigia os distritos de Colares e Santo Antônio de Tauá elevando-os à categoria de município.
Igreja de Pedra:
A Capela do Senhor dos Passos (Igreja de Pedras) datada do século XVIII, é um templo construído pelos Jesuítas toda em pedras sobrepostas e sem reboco. Conhecida, hoje, como Igreja do Bom Jesus, porque lhe guardava a imagem. Nessa época foi transferida para a igreja Madre de Deus a imagem do Bom Jesus, para que a Igreja de Pedras fosse concluída.
Igreja Madre de Deus:
Em 28 de fevereiro de 1733, o padre provincial da Companhia de Jesus, José Lopes, superior do Colégio da Mãe de Deus, com despacho do Senado da Câmara da Vila da Vigia de Nazaré, iniciou a edificação da Igreja da Madre de Deus. A expansão e ocupação territorial instaurada por Portugal, em parceria com a Companhia de Jesus.
Trem de Guerra:
Este foi denominado Trem de Guerra. No período da Cabanagem, quando o movimento se espalhou pelo interior do Estado do Pará, a então Vila de Vigia, foi invadida pelos revoltosos em 1835. Hoje o prédio é sede da Câmara dos Vereadores da cidade.
Círio de Nazaré:
É o Círio mais antigo do Pará. Acontece há mais de 300 anos, sempre no segundo domingo do mês de setembro. Contam os moradores que a história do Círio de Vigia é anterior a chegada dos jesuítas naquele município, em 1730. Registros do Padre José Ferreira relatam que já em 1697 havia grande devoção.
Fontes:
culturavigilenga.com
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Introdução à Literatura no Pará. Belém: CEJUP. 1990