“Esses equipamentos que estamos resgatando agora são de grande importância para a cultura vigiense”. A frase é do prefeito Job Júnior ao avaliar a dimensão do ato que presidirá nesta sexta-feira (14) – a contratação da obra de reforma do prédio que sediará o novo museu de Vigia e a biblioteca municipal.

No fim da tarde desta sexta-feira, em evento na Câmara de Vereadores, o prefeito assina o contrato da obra. O evento será caracterizado como de grande importância, tal a expectativa da comunidade em geral. O prédio histórico do museu vai ser revitalizado e ampliado para abrigar, também, a biblioteca “Alves de Souza”, criada em 1977 e fechada em meados dos anos 1980.

“Reimplantá-los, responde à lei municipal 134, de 2012, que oficializou a criação da Secretaria de Cultura, a defesa e a preservação de patrimônios culturais materiais e imateriais do município” – diz o Prefeito de Vigia.

Tanto o museu quanto a biblioteca cumprem a missão de oferecer entretenimento cultural de qualidade, ao tempo em que respondem, principalmente, aos preceitos da constituição federal, que atribui, no seu artigo 215, deveres de Estado no campo da Cultura e defende o direito que o cidadão à cultura, inclusive no âmbito municipal.

Biblioteca Reimplantada

O prédio, situado no centro comercial da cidade de Vigia de Nazaré, está fechado desde 2016, quando a prefeitura optou por encerrar as atividades do museu. A Biblioteca Municipal “Alves de Souza” foi criada por uma lei da Câmara em 1977, quando o escritor e ex-professor José Ildone Favacho Soeiro era o prefeito.

O acervo do museu se deteriorou no prédio fechado e cheio de goteiras e infiltrações, e o da biblioteca, depois de peregrinar por vários prédios, foi dispersado e se perdeu.

Com a revitalização do edifício histórico, a biblioteca vai ser reimplantada num espaço com dois pisos que somam 134 metros quadrados de área útil; a área livre (antigo quintal) do edifício vai ser aproveitada como espaço de atividades culturais.

Ícone Arquitetônico

O edifício é um ícone da arquitetura colonial que resiste em Vigia; a maior parte das residências daquele período foi demolida. Propriedade de um comerciante português, que faliu ao final dos anos oitocentos, teria sido construída na segunda metade do século XIX. Alugado ao Estado, no final daquele período, o prédio abrigou uma escola estadual, cujas atividades foram encerradas por volta de 2000, por não mais suportar o impacto de centenas de estudantes. Reformado pelo governo estadual em 2006 passou a abrigar o Museu da Cidade. Em agosto do ano passado, o governador Hélder Brabalho assinou um Termo de Cessão de Uso repassando o prédio à responsabilidade da prefeitura de Vigia.

Projeto Amplia Espaço

O projeto de reforma, que começará a ser executado ainda neste mês, foi assinado pelo escritório do arquiteto Aurélio Meira, de Belém. Além de revitalizar o espaço do antigo museu, o projeto aproveitou a área do antigo quintal, adequando-a para atividades culturais; o salão posterior da edificação ganhará dois pisos, com área em dobro receberá a Biblioteca Municipal “Alves de Souza”; o auditório original foi mantido e foi criado um espaço para administração; para facilitar o acesso de pessoas com necessidades especiais, serão instaladas duas plataformas elevatórias.

A obra vai ser custeada com recursos de um convênio da prefeitura com a Secretaria de Estado de Turismo, que transferiu R$ 500 mil reais de uma emenda parlamentar destinada ao projeto em 2021 pelo então senador do PT, Paulo Rocha. A prefeitura entrará no projeto com a contrapartida de mais 600 mil. Os serviços de engenharia serão contratados à GM Engenharia Empreendimentos, empresa especializada em restauro e reforma de prédios históricos, e que em Vigia está executando a obra da Igreja Matriz.

Apoio

“Essa é uma obra que concretiza uma promessa da minha campanha. Mas, além de ser um compromisso político, disponibilizar esses equipamentos à população é uma resposta ao meio cultural, concorre para oferecermos um atrativo turístico aos visitantes. Tenho a certeza de que, com o apoio de todos, a colaboração do governado Hélder Barbalho estamos fazendo, no presente, algo importante para várias gerações do futuro. E nesse trabalho foi importante também o apoio dos parlamentares Renilce Nicodemos (deputada federal), Joaquim Passarinho (deputado federal) _Iran lima (deputado estadual), Beto Faro (senador) e do ex-senador Paulo Rocha”, disse o prefeito.

Grupo de Trabalho

No evento de assinatura do contrato da obra, às 18 horas desta sexta-feira (14) na Câmara de Vereadores, será criado um Grupo de Trabalho que assumirá a gestão da reimplantação do museu e da biblioteca. O prefeito assinará também dois documentos que encaminhará à Câmara solicitando a aprovação de duas leis: uma que cria o Museu de História e Arte da Vigia e outra que reformula lei 04 de julho de 1977 criou a Biblioteca “Alves de Souza”.

Patronos

O patrono da biblioteca será mantido. Antônio Augusto Alves de Souza foi jornalista, político e poeta vigiense que fez carreira na imprensa de Belém e Rio de Janeiro, na primeira metade do século XX.

O patrono do museu será o Barão de Guajará – Domingos Antônio Raiol, outro intelectual vigiense que se revelou grande jurista, parlamentar, executivo do império e historiador. Raiol deixou uma obra seminal sobre a história do Pará (“Motins Políticos”). Centrada na Cabanagem, o livro reserva à terra do autor um capítulo portentoso dos acontecimentos, quando Raiol tinha apenas cinco anos de idade e viu seu pai, o vereador Pedro Raiol, ser assassinado na tomada da vila pelos Cabanos no dia 23 de julho de 1835.

 

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