Diante do fato ocorrido no município de Vigia de uma criança após ter realizado uma vacinação simultânea, ou seja, mais de uma vacina no mesmo atendimento, ter tido uma reação adversa, inclusive com desmaio, foi postado nas redes sociais diversos comentários contrários a esse tipo de vacinação, inclusive foram feitas acusações contra a técnica de enfermagem afirmando que a mesma teria tomado uma atitude errada ao fazer esse tipo de vacinação.
Gostaríamos de esclarecer que não houve erro na aplicação da vacina, tão pouco superdosagem, visto que a técnica em questão fez este procedimento conforme determina o Calendário Nacional de Vacinação proposto pelo Ministério da Saúde, ou seja, todas as crianças de 2 meses que já foram vacinadas nesta unidade receberam aplicação simultânea de vacina, mas as reações divergem de paciente para pacientes.
Conforme informe técnico da introdução da vacina pentavalente muitas vacinas podem ser administradas ao mesmo tempo de maneira segura e efetiva. Recém nascidos e crianças tem capacidade imunológica suficiente para as múltiplas vacinas do calendário de vacinação da criança. A vacina DTP/HB/Hib pode ser administrada com segurança e eficácia, ao mesmo tempo com as vacinas BCG, sarampo, poliomielite oral ou inativada (VOP ou VIP), febre amarela, e suplementação de vitamina A. (Brasília, 2012, p.9).
O governo federal reconhece que “nenhuma vacina está totalmente livre de provocar eventos adversos”, contudo, eventos adversos como o ocorrido com a criança em questão são raros, por isso o Ministério determina a notificação, além de outros procedimentos que devem ser feitos pela unidade, os quais já estão sendo realizados. Como forma de realizar a vigilância sobre esses casos o Ministério da Saúde implantou o Sistema Nacional de Vigilância de Eventos Adversos Pós- vacinação, o qual orienta a notificação e investigação desses casos.
De acordo com o Manual de Normas de Vacinação do Ministério da Saúde as aplicações simultâneas possíveis de vacinação não aumentam a frequência e gravidade dos efeitos adversos e não reduzem o poder imunogênico que cada componente possui quando administrado isoladamente.
É bom observar que “os riscos de complicações geradas pelas vacinas são muitos menores do que os das doenças contra as quais elas protegem” (BRASIL, 2014). Por isso, enfatizamos aqui a importância da vacinação para a proteção contra várias doenças.
Maiores informações consultar referências abaixo:
INFORME TÉCNICO DA INTRODUÇÃO DA VACINA PENTAVALENTE: Vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis, hepatite B (recombinante) e Haemophilus influenzae tipo b (conjugada), Brasilia, 2012.
Manual de Normas de Vacinação. Fundação Nacional de Saúde, FUNASA. Ministério da Saúde. Brasília, 2011.